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Homem que ofendeu motoboy é banido do iFood; polícia não abre inquérito
Notícias
Publicado em 08/08/2020

A Polícia Civil de Valinhos (a 85 km de São Paulo) informou na tarde de hoje que não há inquérito aberto para apurar o caso do homem flagrado em um vídeo xingando um motoboy que presta serviços ao aplicativo iFood.

O vídeo que mostra uma parte da discussão do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto, 31, com o entregador Matheus Pires, 19, viralizou hoje. O aplicativo expulsou o cliente de sua plataforma, e se colocou à disposição do jovem.

O flagrante foi feito por um vizinho que foi defender Matheus, e mostra o agressor xingando o entregador após um problema no interfone e o consequente atraso da entrega dele.

Segundo o delegado Luís Henrique Apocalipse Joia, após o registro do boletim de ocorrência, o inquérito não foi levado adiante. "Nós precisamos de uma representação da vítima para que isso possa acontecer", afirmou em entrevista coletiva.

UOL tentou falar com Matheus Pires para saber se ele vai entrar com representação contra o agressor, mas não teve resposta até a publicação deste texto. Alguns advogados entraram em contato com o rapaz para oferecer assessoria jurídica.

Tratamento médico

Após o ocorrido, a família de Mateus Couto argumentou que o homem sofre de esquizofrenia. O pai dele apresentou à Polícia Civil um laudo que comprovaria que ele faz tratamento médico, e pediu "compreensão" devido ao estado de saúde. Levado à delegacia no dia das ofensas, foi liberado para responder ao crime de injúria racial em liberdade.

Durante à tarde, o aplicativo iFood, em publicação no Twitter, informou que Mateus Abreu Almeida Prado Couto foi descadastrado, e a empresa vai oferecer apoio jurídico e psicológico a Matheus Pires.

"Racismo é crime. Nós condenamos qualquer forma de preconceito e discriminação, por isso nos solidarizamos com entregador Matheus", informou a publicação.

Com a repercussão do caso, diversas entidades de apoio a motoboys e ao fim do racismo enviaram mensagens ao jovem, oferecendo vários apoios, até em âmbito legal.

Outros entregadores que prestam serviços a aplicativos de entregas fizeram protestos hoje em frente à delegacia e ao condomínio onde Couto mora, no bairro Chácaras Silvania, pedindo uma conclusão para o caso.

Segundo Pires, ele já havia sido xingado na primeira vez em que fez entrega para o mesmo cliente. "Eu não tinha encontrado o endereço dele, porque o mapa me mandou para um local errado. Quando cheguei ele me xingou, e disse para ele não fazer mais isso", afirmou.

 

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