O primeiro registro oficial de uma pessoa infectada pelo Covid-19 na Cidade de Deus, favela da Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi último o sábado (21), conforme divulgou a Secretaria Municipal de Saúde. Desde então, moradores e profissionais da área de saúde relatam casos de coronavírus na favela que não estariam sendo notificados. Também há relatos de descaso das autoridades em relação aos moradores, falta de campanhas informativas sobre a pandemia e os cuidados que devem ser tomados.
Profissionais de saúde que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local relataram que pelo menos 40 pacientes com sintomas no novo coronavírus não receberam o diagnóstico devido a falta de testes.
O garçom Renato da Silva, morador da Cidade de Deus, relata que as medidas necessárias estão sendo tomadas pela maioria dos moradores, mas não há nenhuma campanha de conscientização local: “Lavamos as mãos com água e sabão álcool gel e estamos em casa, mas nem todos estão em casa vejo muitos idosos e crianças andando nas ruas’, diz Renato.
Para a comerciante Rosângela Lemos, também moradora da CDD, seria necessário ações mais afetivas para evitar que o vírus se propague na comunidade: “Está difícil, mas é necessário. Acredito que poderiam fazer o mesmo que em outras cidades, como lavagens das ruas com cloro; porque a propaganda já temos”, desabafa.
Segundo publicado no portal UOL, os médicos da unidade teriam sido orientados a classificar os casos suspeitos como uma síndrome gripal, porque no sistema ainda não um código específico para registrar o novo vírus. Eles ainda afirmam que nomes de pacientes foram retirados do sistema. Dentre eles, o de uma catadora internada na quinta-feira (19), com taquicardia e falta de ar. Segundo uma médica, não identificada, a subnotificação impede que o foco de coronavírus na Cidade de Deus apareça nas estatísticas.
Ao ser questionada, a Prefeitura do Rio informou que a subnotificação deve ser feita nos “casos brandos” e que “os protocolos não preveem a realização de teste”. Ainda afirmou que as ocorrências graves “são testadas e encaminhados à unidade de internação. Se o resultado for positivo, é incluída no prontuário a informação ‘SRAG por Coronavírus”.
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