Desde então, é possível fazer uma lista com pelo menos oito recursos possivelmente inspirados no Telegram e adicionados pelo app mais baixado de 2019. Veja, a seguir, as principais funções que chegaram primeiro ao Telegram para depois surgirem no WhatsApp.
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Febre entre brasileiros desde 2018, o envio de figurinhas no WhatsApp chegou muito antes ao rival. O Telegram oferece stickers no chat desde janeiro de 2015, incluindo uma plataforma própria de criação de novas imagens a partir de um bot — algo que, no WhatsApp, fica a cargo de aplicativos de terceiros.
Em março de 2018, o Telegram liberou uma ferramenta de buscas que permite encontrar novos pacotes de stickers mais facilmente e, em julho 2019, começou a aceitar stickers animados. A versão animada das figurinhas já começou a ser testada no WhatsApp Beta, mas, até o momento, não foi disponibilizada para todos os usuários.
Áudios do Telegram sempre puderam ser reproduzidos automaticamente em sequência, algo que só começou a ser possível no WhatsApp em maio de 2019. A função permite ouvir vários recados de voz em ordem sem a necessidade de apertar o play, poupando tempo de quem escuta. Porém, diferentemente do Telegram, o mensageiro mais usado no Brasil ainda não permite ouvir um áudio acelerado ou conferir como ficou uma gravação antes de enviar.
3. Gravação de áudio sem as mãos
A função de gravar áudio sem usar as mãos, lançada no WhatsApp entre o final de 2017 e o início de 2018, é um dos exemplos mais claros de inspiração no Telegram. O visual e o mecanismo em que o recurso funciona é exatamente o mesmo daquele que havia chegado ao app de origem russa meses antes: em vez de manter o botão do microfone pressionado para gravar, o usuário pode deslizar para cima para travar o botão e continuar a gravar sem usar as mãos. O Telegram, porém, lançou na mesma ocasião um recurso de mensagem de vídeo que, até hoje, não chegou ao WhatsApp.
Trava de gravação chegou no Telegram meses antes que no WhatsApp — Foto: Helito Beggiora/TechTudo
4. Grupo com mensagens apenas do administrador
Uma função liberada pelo WhatsApp em junho de 2018 passou a permitir que apenas administradores falem em grupos, caso desejado. O recurso permite usar um grupo como um canal de anúncios em que alguns usuários selecionados têm o direito de mandar mensagens, enquanto os demais podem apenas ler, ver e ouvir.
No Telegram, um recurso muito similar existe desde 2015 na forma de canais. A ideia é parecida, mas há uma série de funções avançadas envolvidas. Eles podem ter um número ilimitado de participantes, postagens com contador e links individuais, mensagens silenciosas e assinadas quando são enviadas por administradores.
Restringir no envio de mensagens apenas por administradores chegou ao WhatsApp com três anos de atraso — Foto: Helito Beggiora/TechTudo
Pavel Durov antecipou a versão web do WhatsApp em novembro de 2014. Na ocasião, ele escreveu em seu blog: "Uma versão da Web em web.whatsapp.com como web.telegram.org [é iminente]. Isso é certo, já que Jan [Koum, fundador do WhatsApp] enviou um e-mail ao desenvolvedor do Telegram Web, sem sucesso, tentando contratá-lo para esse fim". Meses depois, o mensageiro adquirido pelo Facebook viria a lançar uma versão acessível pelo navegador do computador, tal como previsto por Durov.
Criador do Telegram previu WhatsApp Web meses antes — Foto: Lucas Mendes/TechTudo
O WhatsApp demorou para permitir responder a mensagens individuais e mencionar outros membros de um grupo. Os recursos já existiam no Telegram desde março de 2015, mas só começaram a aparecer no mensageiro comprado pela empresa de Mark Zuckerberg em setembro de 2016. Recentemente, porém, o WhatsApp começou a oferecer uma função que vai além do rival: entre o fim de 2018 e o começo de 2019, usuários de Android e iPhone podem responder a uma mensagem de grupo de forma particular.
Menção e respostas individuais apareceram no WhatsApp cerca de um ano mais tarde do que no Telegram — Foto: Carolina Ochsendorf/TechTudo
O WhatsApp lançou, em outubro 2017, o recurso "Apagar para Todos", que permite remover suas próprias mensagens do celular de um contato ou de membros de um grupo, desde que dentro de um determinado prazo. O período limite começou em sete minutos e, em 2018, foi ampliado para pouco mais de 8 minutos.
No Telegram, a mesma função chegou em janeiro daquele ano e, em março de 2019, evoluiu para algo mais radical: desde então, usuários podem eliminar o histórico completo de um chat individual ou em grupo, incluindo o de outros participantes, sem restrição de tempo.
Função "Apagar Para Todos" demorou para chegar no WhatsApp e ainda está atrás do Telegram — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo
8. Vídeo em streaming e Picture in Picture
Modos avançados de reprodução de vídeos também apareceram primeiro no Telegram. Foi o caso do streaming de mídia do YouTube, em que a reprodução é iniciada sem sair do aplicativo, e que chegou ao WhatsApp em janeiro de 2018; e do Picture in Picture, que coloca o vídeo em uma janela flutuante, e foi liberado no Android apenas no fim do mesmo ano. Ambos os recursos já existiam no Telegram. Hoje, o app de origem russa reproduz vídeos automaticamente sem som ao rolar o chat, assim como no Facebook e Instagram.
Vídeo sem sair do app e Picture in Picture chegaram muito antes ao Telegram — Foto: Viviane Werneck/TechTudo