No Fórum, o menor começou a ser ouvido pelo promotor da Vara da Infância e Juventude. Depois, ele vai para a sala de audiência de apresentação (não é de custódia).
A partir daí, a juíza Érika Marcelina Cruz pode determinar a internação imediata ou o acompanhamento assistido.
O rapaz está acompanhado da mãe e ainda não tem advogado. Ele chegou ao fórum acompanhado pela polícia por medida de segurança.
Na tarde desta quinta-feira (14), o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que tinha pedido à Justiça a apreensão do jovem e aguardava decisão da Vara da Infância e Juventude.
Segundo a polícia, o material relacionado à participação do adolescente já tinha sido recolhido pelos investigadores.
O dono do estacionamento onde a dupla guardou o carro alugado para esconder as armas teria informado para a polícia sobre a participação de uma terceira pessoa, segundo o delegado.
"Ainda não confirmamos a informação, estamos submetendo a fotografia do adolescente ao responsável pelo estacionamento para confirmar. Temos outros dados que fazem crer que esse indivíduo participou pelo menos da fase de planejamento."
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na quarta-feira (13). Guilherme também baleou e matou o próprio tio, em uma loja de automóveis.
A investigação aponta que, depois do ataque na escola, Guilherme matou Henrique e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um "pacto", segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.
Corpos dos adolescentes assassinados são levados do velório, na Arena Suzano, para enterro — Foto: Roberto Casimiro/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo
Motivação
De acordo com Fontes, a investigação aponta que os autores do massacre esperavam reconhecimento da comunidade e aparecer na mídia: "Esse foi o principal objetivo, não tinha outro", diz delegado Ruy Ferraz Fontes.
"Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como [o massacre em] Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos do que eles eram", afirmou.
Tal informação foi relatada à polícia por testemunhas próximas a Guilherme, que seria o líder da dupla. "Pessoas que estavam próximas dele e obtiveram essa informação diretamente dele".