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Para Thiaguinho, Brasil ainda tem lugar para o samba: 'É difícil imaginar um churrasco sem ele'
Música
Publicado em 13/04/2018

Para Thiaguinho, Brasil ainda tem lugar para o samba: 'É difícil imaginar um churrasco sem ele'

Cantor flerta com batida eletrônica em remix de 'Só vem', mas não hesita em se decretar pagodeiro: 'É a bandeira que defendo'. Ao G1, ele fala de nova turnê e parceria improvável com Patati Patatá.


Por Carol Prado, G1

 

Thiaguinho resiste nas paradas do rádio e da internet, dominadas por funk e sertanejo. Ele não hesita em se decretar um pagodeiro numa indústria em que quase tudo tende para esses lados.

 

"Cresci com um grupo de pagode. Ele é tudo que eu tenho. É a bandeira que defendo."

 

Mas o cantor flerta com a batida eletrônica no remix de "Só vem", lançado com destaque em clipe sensual com Ludmilla. A música original é um pagode de seu último álbum, de mesmo nome, que saiu no ano passado.

Neste sábado (14), ele estreia a turnê do disco em São Paulo. E no palco não esquece os tempos de Exaltasamba, nem os de ousadia e alegria. "Tento sempre fazer um resumo desses 16 anos de carreira, com as músicas que mais marcaram as vidas das pessoas", diz.

Na entrevista abaixo, TH fala sobre a nova fase, uma parceria improvável com Patati Patatá e o espaço do samba na música brasileira - que, para ele, ainda é grande. "É difícil imaginar um churrasco que não acabe em samba".

 
O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)

O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)

 

G1 - Vivemos uma época em que os gêneros do pop estão muito diluídos, e é dominado por parcerias entre artistas de estilos diferentes. Nesse cenário, ainda dá para se dizer um pagodeiro?

Thiaguinho - Dá para dizer. É o que eu amo fazer. Cresci com um grupo de pagode. Ele é tudo que eu tenho. É a bandeira que defendo. Mas acho muito bacana essa junção de tudo.

Tenho muitos amigos que fazem outros tipos de música, e a intenção é a mesma: falar de amor, de alegria, do povo. É legal juntar pagode com sertanejo, funk, música cristã... Nosso país é muito misturado.

G1 - Você já tem um nome consagrado no gênero. Mas, para artistas que estão começando ou que são menos reconhecidos, é difícil viver de samba no Brasil hoje?

Thiaguinho - Não, muito pelo contrário.

 

"Se a gente não se sentir em casa no Brasil, vai se sentir em casa onde? O país tem muita gente que gosta de samba, e sambistas para todos os lados. É muito dificil imaginar um churrasco que não acabe em samba."

 

Viver desse gênero no Brasil é maravilhoso. Sem falar no que você proporciona para as pessoas. Tenho certeza que, com o samba como amigo, a gente leva alegria.

 
O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)

O cantor Thiaguinho (Foto: Divulgação)

 

G1 - Acha que o gênero ganharia com alguém que mudasse um pouco as coisas, criasse uma nova vertente?

Thiaguinho - Não precisa de uma nova vertente. Cada um que chegar vai contribuir para essa história.

G1 - Muitos sertanejos dizem que o gênero cresceu muito principalmente porque os artistas se apoiam, um divulga o outro. Isso também acontece no samba?

Thiaguinho - Acho que acontece com todo o mundo. Me sinto feliz em poder fazer isso. Hoje mesmo [último dia 6] postei um vídeo do Belo cantando num show.

Fui muito bem recebido pelas pessoas que cresci ouvindo, Belo, Alexandre Pires... É natural essa junção, a gente se encontra para caramba e gosta de ouvir uns aos outros.

 

"Tem meninos que acompanham minha carreira, meninos de 20 anos que cresceram ouvindo [as músicas], desde a época do Exalta."

 

G1 - Como foi gravar com Patati Patatá? É uma parceria improvável, com ela surgiu?

Thiaguinho - Foi sensacional. Tenho um público infantil grande. Quando faço shows à tarde, lotam de crianças. Fico feliz demais. E a música só aumentou esse carinho. Eles [Patati Patatá] fazem um trabalho muito legal.

G1 - "Só vem", música que dá nome ao seu disco mais recente, ganhou um remix bem eletrônico, lançado com destaque em clipe. Isso indica uma vontade sua de se arriscar em novos ritmos?

 

Thiaguinho - Faço samba, mas gosto de ouvir tudo. Quando componho, deixo bem claro que sofro influência de muita coisa. Essa música tem muita influência de R&B, assim como outras na minha carreira.

Já que ela foi gravada ao vivo com samba, quis fazer algo diferente. A música permitia isso, e a Lud também navega bem nesse gênero. Ficou legal para o público me ver cantando outras coisas. Amigos me mandam vídeos da musica tocando na balada.

 

"O artista não pode se limitar. Eu sou jovem, entre aspas, e sou influenciado por muita coisa. Lógico que sou apaixonado por samba, que é o que me sinto mais à vontade cantando, mas me permito navegar por outros gêneros."

 

G1 - Como você montou o repertório dessa nova turnê? Tem coisas do passado também?

Thiaguinho - Sim. Ainda que o nome do show seja "Só vem", tento sempre fazer um resumo desses 16 anos de carreira. Tento resumir tudo o que passei na música nesses sete discos, com as músicas que mais marcaram as vidas das pessoas.

E é sempre uma expectativa grande cantar as músicas novas. É um momento especial para ver se tudo vai correr do jeito que sonhei.

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