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R&B contemporâneo mistura tendências modernas e antigas
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Publicado em 02/02/2018

R&B contemporâneo mistura tendências modernas e antigas

Nomes como The Weeknd e Bruno Mars são representantes do novo som

 

The Weeknd mescla modernidade e tradição do R&B em seu trabalho - Foto: Lollapalooza/Divulgação 

No fim dos anos 1940, a revista Billboardpassou a classificar os gêneros derivados do blues e do jazz como rhythm and blues (ritmo e blues, em tradução livre), que ficou mais conhecido pela sigla R&B. A vertente deu origem e ajudou a desenvolver diversos outros estilos musicais nos anos 1960, como o rock and roll. Nos anos 1990, ganhou um subgênero, o R&B contemporâneo, com referências do hip-hop, funk e soul music, que, até hoje, é usado por artistas da música pop.

O principal representante do R&B contemporâneo atualmente é o canadense The Weeknd. Filho de etíopes, o cantor, de 27 anos, adotou o estilo musical desde o início da carreira, em 2010, inspirado nos gêneros que cresceu ouvindo, como rap, funk, soul, rock e próprio R&B, na figura de Michael Jackson. O grande diferencial do artista é trazer um ar mais obscuro à vertente.

 

 

 



“Ele está mudando a cara do R&B. The Weeknd é diferente dos outros artistas do gênero, que apostam em sensualizar com artifícios sexuais. Ele tende a ver o amor como um sentimento mais obscuro, sincero, lascivo, frequentemente profano, mas, acima de tudo, honesto. O R&B durante muito tempo foi sobre dizer o que o sexo oposto queria ouvir. The Weeknd simplesmente diz como ele mesmo vê (a situação)”, analisa o crítico de música Jason Bracelin, em artigo publicado no Review Journal.

Não é que The Weeknd abandone a sensualidade presente no gênero, mas ele a mescla com letras fortes, melodias envolventes, batidas eletrônicas e até uma certa influência do rock. Foi exatamente isso que ele mostrou ao público brasileiro no início da noite de domingo, no festival Lollapalooza, em São Paulo.

The Weeknd fez o melhor show do evento e provou que sabe dominar a combinação entre R&B sombrio, sensual e suingado, apesar de o artista deixar as danças de lado para adotar um ar mais roqueiro no palco, correndo de um lado para o outro, pulando e gritando.

Na apresentação, The Weeknd desfilou os principais sucessos do mais novo álbum, Starboy (2016), que tem canções como a própria faixa título — gravada em parceria com Daft Punk — False alarmOrdinary life e I feel It coming — que prova que The Weeknd, de fato, pode ser o sucessor de Michael Jackson no R&B.



Starboy é o álbum de maior sucesso do canadense, pelo menos nas plataformas digitais. No Spotify, o material bateu o recorde de Justin Bieber com Purpose, conquistando mais de 36 milhões de reproduções em apenas 24 horas.

Aposta na nostalgia
Se The Weeknd apresenta ao R&B contemporâneo uma modernidade ao trazer novidades ao gênero, o cantor havaiano Bruno Mars preferiu, em seu mais recente trabalho, se voltar para o estilo musical característico dos anos 1980 e 1990. Por isso, 24k magic (2016) parece ter sido lançado há mais de 20 anos e não no ano passado, como realmente aconteceu.

 

 

Enquanto isso, Bruno Mars prefere a nostalgia do R&B dos anos 1980 e 1990 - Foto: Valerie Macon/AFP - 13/2/17 

 

 

“Mars é um discípulo do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, colocando em suas músicas influências do funk e do R&B daquele época. Especialmente em 24k magic, que é álbum tão retrô para os dias atuais de linhas de sintetizadores e batidas eletrônicas”, afirma o crítico Jason Bracelin.

Em 24k magic, o cantor e compositor deixou os hits extremamente pops e melódicos da carreira de lado, a exemplo de Just the way you are e When I was your man, para fazer um tributo ao R&B, que está presente em todas as nove faixas do álbum. Processo esse que Mars já havia começado com canções como Treasure, do disco Unorthodox jukebox (2012), e Uptown funk, parceria no projeto de Mark Ronson em 2014.




Outros artistas


Drake


- Foto:Os trabalhos do cantor canadense refletem o universo do R&B com referências à dancehall, ao pop e, principalmente, ao rap. Nos últimos dias, o artista chamou atenção ao lançar More life, que ganhou nome de playlist em vez de disco. O motivo é que não é um trabalho uniforme, com ares de coletânea. O material foi mais celebrado que Views, considerado um fracasso apesar de hits, como One dance e Hotline bling, e bateu recorde de reproduções em streaming, com mais de 90 milhões de audições em 24 horas na Apple Music.

Alicia Keys

- Foto: VALERIE MACONA cantora é considerada a irmã mais velha da geração do alt R&B (um dos muitos subgêneros do ritmo), que tem Stevie Wonder e Marvin Gaye como pais. O motivo é que os trabalhos da norte-americana têm batidas dos anos 1990 mesmo que mescladas com uma pegada pop. Em Here, álbum de 2016, a cantora retorna às origens que foram deixadas um pouco de lado em Girl on fire, um disco bastante comercial. O resultado foi um material mais urbano e focado no R&B contemporâneo, além de ter um discurso empoderador, que tem sido adotado pela artista

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